Saudosas lembranças do tempo onde não havia tempo, uma sabedoria da infância para nosso ser adulto. | Foto: Célia Santos
A infância é o espaço de se aprender. É nesse espaço da vida que conhecemos o mundo e vivemos imersos em um universo de tantas novidades que cada descoberta parece um acontecimento digno de aplausos. Talvez você não se lembre de ter recebido uma saraivada de palmas da sua família quando deu alguns passos independentes ou juntou algumas palavras formando uma sentença engraçada para os adultos, mas de incompreensão cômica para seus poucos anos.
Dar importância ao que hoje nos é insignificante talvez seja uma das fortunas da infância. A criança é capaz de se encantar com aquela árvore de natal tirada da parte de cima do guarda-roupa nos finais de ano e se surpreender de como ela encolhera de um ano para o outro, sem se dar conta de que sua perspectiva segue mudando à medida que cresce. A criança se encanta com qualquer tipo de miudeza e nos deixa um ensinamento valioso, tantas vezes esquecido quando nos denominamos “adultos”, a criança nos ensina sobre a importância das coisas.
Nós, no entanto, precisamos abdicar de certa racionalidade para compreender essa sabedoria infantil. Precisamos abrir mão do conhecimento sobre o tempo, como se esse fosse algo infundado. Se esquecermos da divisão semanal, mensal e quadriculada dos calendários, voltamos ao tempo mais importante: o agora. A infância é a conexão mais forte com o presente.
Trocamos a palavra ‘tempo’ por ‘espaço’ no primeiro parágrafo porque esse é um texto sobre a infância, onde conceitos como o tempo ainda são cartesianos demais para o mundo das descobertas, dos encantamentos e das fantasias. A infância é o espaço de se aprender.
Hoje nosso convite é para se abrir espaço para o presente. Para que as descobertas do agora tenham tamanha importância que poderemos finalmente dizer que agora é infância. Hoje é criança.
A infância é o mundo das descobertas, sem tempo pra se perder e com todos os espaços de se conhecer. | Foto: Celia Santos
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