Chá com Livros deste sábado, 27/11, às cinco da tarde, convida para
um mergulho no universo das ilustrações de livros infantis de Marilda Castanha e
para uma viagem pelas histórias africanas nos livros do escritor Rogério Andrade
Barbosa.
Marilda é autora do livro de imagens “Sem Fim”, entre outros infantis premiados. Rogério é autor do recente SONA, contos africanos desenhados na areia, entre outras
publicações premiadas dirigidas a crianças e jovens.
Um bate papo sobre culturas e ancestralidades, reunindo dois dos mais importantes nomes da literatura infantil e juvenil que trazem a linguagem da ilustração e as
narrativas orais. Obras escritas e desenhadas a partir da observação e vivência com as culturas dos povos indígenas brasileiros e de diferentes povos do continente africano.
Marilda Castanha é mineira, de Belo Horizonte. No final dos anos 80, formou-se em
Desenho na Escola de Belas Artes da UFMG. Nessa época começou a se dedicar à
ilustração de livros para crianças. Cia das Letrinhas, Ed. Positivo/ Maralto, FTD,
Peirópolis, Lê/ Abacatte, Scipione e Nova Fronteira estão entre as casas editoriais
brasileiras com as quais trabalha.
Autora e ilustradora, Marilda tem publicações próprias e ilustra livros de diversos
autores, como o moçambicano Mia Couto, em “O Gato e o Escuro”, e o brasileiro
Daniel Munduruku, com “Karu Taru- o pequeno pajé”. Para 2022, trabalha na
ilustração do novo livro do escritor Rogério Andrade Barbosa, que sairá pela Editora
Globo no começo do ano.
Com um olhar sensível para a relação do ser humano com a natureza e com as outras
pessoas e coisas do mundo, Castanha situa seu processo criativo com a ilustração a
partir de indagações, de curiosidades sobre o mundo e o que está nele. Surpreendeu
quando propôs uma narrativa sem palavras, na obra “Sem Fim”, e, em Pindorama, o
traço que conta o indígena, as árvores brasileiras e os riscos que eles correm.
De sua autoria, entre os livros publicados estão: “Ops” (1ª.ed Cosac Naify, 2011, e
Ed Jujuba, 2020- série para bebês), “Pula boi” (Ed. Scipione, 2012), “Fases da lua e
outros segredos” (Editora Peirópolis, 2014), “Sem Fim”, uma narrativa somente
com desenhos (Positivo 2016), “A quatro mãos” (Companhia das Letrinhas 2018),
“Mas, pode?” (Leiturinha 2020), “Pindorama – Terra das Palmeiras”
(Ed.Formato,1999, e Cosac e Naify,2007), “Mil e uma estrelas” (SM,2015) e “Em
Asas de Algodão (SM, 2016). Como formação acadêmica, em 1998 Marilda
participou do Seminário de Ilustração em Bratislava, capital da República Eslovaca,
e, em 2014, na Scuola Internazionale d’ Illustrazione Stepan Zavrel, em Sarmede,
realizou cursos com a ilustradora austríaca Linda Wolfsgruber e com o ilustrador
mexicano Gabriel Pacheco. Entre as premiações destacam-se dois Prêmios Jabuti,
categoria Ilustração, (em 2000 e 2011, respectivamente “Pindorama, terra das
Palmeiras” e “Mil e uma estrelas”). Em 2017, na Coreia do Sul, foi premiada na
categoria Purple Island, do Nami Concours, com o livro de imagens “Sem Fim”.
Rogério Andrade Barbosa é escritor e trabalha com literatura Afro-Brasileira e
programas de incentivo à leitura, com palestras e oficinas. É contador de histórias, graduado em Letras na UFF (RJ), professor de Literatura Africana com pós-
graduação pela UCAM/RJ e pós-graduação em Literatura Infantil Brasileira pela
UFRJ.
Neste ano da pandemia, acaba de lançar mais dois livros: “O Espanta-Moscas”
(Ed.Paulinas), conto sobre o enigma do povo Ashanti de Gana, e “Nas garras dos
babuínos” (Ed.Biruta-Gaivota), um reconto da tradição oral do povo Zulu, e prepara
um terceiro livro pela Editora Globo, com ilustrações de Marilda Castanha, que será
lançado no início do próximo ano. Terá, ainda, novos lançamentos em 2022 pela
Moderna, Brasil e Melhoramentos.
O escritor é natural de Minas Gerais e vive no Rio de Janeiro. Iniciou pesquisas e
coleta de contos africanos quando trabalhou como professor voluntário das Nações
Unidas na Guiné-Bissau, país da costa atlântica ocidental da África, antiga colônia
portuguesa, declarada independente em 1973, onde cerca de 15% da população
adota a língua portuguesa e a maioria fala uma língua crioula baseada no português
e outros dialetos. Durante dois anos, Rogério Andrade conviveu com comunidades e
contadores de histórias de alguns povos, cuja ancestralidade é passada de geração em
geração pelas narrativas orais. Depois disso, viajou por diversos países da África com
a preocupação de registrar contos e outras narrativas orais e trazê-las para as crianças
brasileiras em seus diversos livros, também adotados em escolas.
Com 30 anos de literatura e mais de 100 livros publicados, Rogério tem títulos
traduzidos para o inglês, o espanhol e o alemão. Participou de eventos literários e
Feiras do Livro na Alemanha, Cuba, Itália, México, Peru, República Dominicana,
Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Etiópia e Portugal, Gana e
Suécia, como escritor e contador de histórias. Entre os prêmios e distinções recebidos
por Rogério Andrade destacam-se: Prêmio da Academia Brasileira de Letras de
Literatura Infanto-Juvenil, Rio de Janeiro, 2005; Altamente Recomendável para
Crianças e Jovens - FNLIJ (Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil); The
White Ravens, Alemanha 1988 e 2001 (Selecionado para o acervo da Biblioteca
Internacional de Literatura Infantil e Juvenil de Munique) e Lista de Honra do IBBY,
Suíça, 2002.
O programa Chá com Livros, do Instituto Mpumalanga-Casa Brasileira promove
diálogos online sobre livros e literatura. Foi lançado em maio de 2020 pelos canais de
facebook e youtube do Mpumalanga e traz entrevistas com escritores, contadores de
histórias, pesquisadores das letras e mestres de cultura para reflexões e múltiplos
olhares sobre cultura, arte, memória e os desafios contemporâneos, a partir da
literatura. A nova temporada de Chá com Livros tem apresentação de Daniele
Ramalho, produtora cultural e atriz, dedicada à narração de histórias.
Formada em Artes Cênicas, Daniele é Mestre em Bens Culturais e Projetos Sociais e
adora narrar histórias pelo mundo, em locais como Maison du Conte, em Paris,
Maison de la Parole, em Burkina Faso, ou em Cotonou, no Benim, onde recebeu o
Prêmio da Palavra. É curadora dos projetos África Diversa e Narrativas Fluminenses
e foi uma das curadoras da Bienal Internacional do Livro de São Paulo, em 2018.
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