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Foto do escritorInstituto Mpumalanga

Mostra Saberes da Terra integra Caravana no terceiro dia de ação


Evaldo Pereira aprendeu ofício de canoísta com a família.

Evaldo Pereira aprendeu ofício de canoísta com a família.


O terceiro dia de ação da Caravana do Esporte e Caravana das Artes foi presenteado com sol, iluminando as atividades na Arena montada no bairro da Topolândia, periferia de São Sebastião. Mais que isso, contou com a Mostra Saberes da Terra, que trouxe diversos exemplos de riquezas da cultura caiçara para a Tenda Sarau. A cultura local integrou o espaço apresentando saberes empíricos de quem nasceu no litoral e aprendeu com a natureza.

Ao longo dos três dias Evaldo Pereira esteve concentrado em um tronco de Guapuruvu, espécie de árvore encontrada na região. A grande tora foi ganhando forma de canoa, até que restassem os detalhes a serem trabalhados com selo pelo caiçara orgulhoso. Pereira gosta de de se apoiar no machado utilizado para talhar o tronco e conversar com os curiosos que passam deixando olhares.

Entre uma pausa e outra ele vai contando a história de São Sebastião e parece um livro recitando as passagens de 1600, dos primeiros colonizadores e das famílias famosas na região. “A cultura caiçara é a necessidade de sustentabilidade”, pontua. Para ele, o povo do litoral de a sabedoria de viver e preservar.

Ao lado do palco, usando uma das vigas da tenda de apoio para tecer sua rede, Salamão Sebastião se concentrava na tarefa com uma agulha especial e linhas de nylon. Aos 85 anos, Sebastião está em plena atividade. Outrora fora canoísta como Evaldo, mas agora se dedica aos artesanatos e ao ensino nas escolas da região. Sim, ele é professor de cultura caiçara e passa os conhecimentos de sua criação para novas gerações de moradores do litoral. Outro hobby do artesão é falar sobre a família. “Tenho cinco filhos, oito netos”, afirma de peito estufado.


Sebastião Salomão tece rede para mostrar cultura caiçara. Ele ainda hoje ensina crianças sobre a sabedoria do povo do litoral.

Sebastião Salomão tece rede para mostrar cultura caiçara. Ele ainda hoje ensina crianças sobre a sabedoria do povo do litoral.


A Caravana também abriu espaço para a cultura indígena, que também marca essa região de Mata Atlântica. O líder espiritual Sérgio Macena foi o responsável por falar sobre seu povo. “Hoje a Mata Atlântica existe porque tem aldeia indígena nela”, fraseou. Ele reafirmou o papel de guardiões dos indígenas. “Toda nossa crença se inspira muito em natureza”, completou o pajé.

A educação indígena e a preservação dos costumes também entraram em pauta na conversa. As crianças Guarani brincaram na arena e assim como todas as outras guardarão esse dia especial. Por fim, elas cantaram no palco junto com o pajé.


Indígenas Guarani também brincaram na arena.

Indígenas Guarani também brincaram na arena.


Para todos os lugares que direcionamos nosso olhar vimos a Caravana fazendo a diferença na educação de São Sebastião, com esporte, com artes e com identidade. Gratos, cumprimos nossa missão e seguimos nosso incansável compromisso.

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