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Arte educacional nas escolas indígenas de Lábrea



Agosto | 2021 - Professores indígenas do município de Lábrea e professores não indígenas de escolas situadas em aldeias dos povos Apurinã, Paumari, Jarawara e Jamamadi receberam, no início de agosto, os certificados de conclusão da formação à distância Viva com Arte.


Dos 111 professores e gestores das escolas indígenas, 51 que ainda se encontravam na sede do município puderam realizar a formação das Caravanas EAD, enquanto aguardavam que a FUNAI autorizasse o retorno aos territórios indígenas para início do ano letivo de 2021, este mês. Foram 22 inscritos para arte educacional e 33 para o esporte educacional. As aulas dos cursos foram ministradas em formato online e a realização da formação foi possível com apoio da Faculdade FAEL, que cedeu espaço no pólo de Lábrea para uso da internet. Divididos em salas e com distanciamento e uso de mácaras, os educadores inscritos tiveram atividades remotas e aulas ao vivo online com os professores especialistas do MPUMALANGA.



Equipe do Instituto Mpumalanga na formação EaD em Lábrea - AM

Arte no currículo


Oferecido de forma gratuita para redes públicas de ensino, o curso de formação Viva com Arte faz parte do projeto Caravana das Artes, que o MPUMALANGA realiza desde 2007. Em 2020, por conta da pandemia que impediu a realização de etapas presenciais da Caravana, o Instituto desenvolveu a plataforma

EAD - Viva com Arte.


O curso de formação Viva com Arte tem como foco a arte no currículo e visa auxiliar professores e gestores a trabalharem as linguagens artísticas em sala de aula, com seus conteúdos específicos ou utilizando os recursos pedagógicos das artes para ensino de outras disciplinas. A metodologia parte do reconhecimento das culturas e das línguas dos povos originários e propõe levar para as salas de aula das aldeias as danças, as músicas e as histórias ancestrais e valorizar os conhecimentos que a criança traz com ela. Embora a arte faça parte do cotidiano das aldeias, os professores licenciados enfrentam desafios para manter os costumes e as línguas maternas a partir do ambiente escolar.


Para o coordenador da Educação Escolar Indígena da Secretaria Municipal de Educação de Lábrea, Vingren da Silva, a metodologia Viva com Arte “é muito parecida com a proposta de uma educação indígena diferenciada”, que prevê um currículo que expresse os conhecimentos, as culturas, as práticas sociais ancestrais e mantenha vivas as línguas de cada povo. “Queremos formar um professor para trabalhar o cotidiano indígena em sala de aula,resgatar nossa cultura para não deixar ela se perder”, completou Vingren durante a cerimônia de certificação e encerramento do curso, destacando a importância do trabalho da Caravana das Artes.


O secretário municipal de Educação de Lábrea, Jesus Batista de Souza, participou da diplomação online e afirmou que, em sua gestão, foram construídas 33 escolas em aldeias indígenas, mas ainda existem “gargalos para melhorar a estrutura e a formação de profissionais da educação indígena”.


Adriana Saldanha, presidente do Instituto MPUMALANGA, destacou o apoio da gestão municipal e o engajamento de diferentes instituições que atuam com a educação em Lábrea “para fortalecer a educação escolar indígena”.


Lábrea é um dos municípios do Amazonas que mais tem escolas nos Territórios demarcados. A Funai autorizou no início deste mês o retorno às aldeias unicamente dos professores nativos. O município tem 52 escolas indígenas, com 1172 alunos matriculados este ano. Entre os profissionais da educação escolar indígena, 26 professores não indígenas estão vinculados a escolas dentro das aldeias.



Sobre a Caravana das Artes e a ação no Médio Purus:

Como continuidade da primeira etapa presencial da Caravana das Artes em Lábrea, no ano de 2015, o Instituto MPUMALANGA mantém atividades e encontros periódicos com professores indígenas e não indígenas da sede e de diversas aldeias da região do Médio rio Purus, no Amazonas, em articulação com a Secretaria Municipal de Educação, a FOCIMP-Federação das Organizações e Comunidades Indígenas do Médio Purus, a CR Funai e o IFAM-Instituto Federal do Amazonas. O objetivo é aprofundar a reflexão sobre a arte dentro das escolas indígenas nas aldeias e contribuir para a construção de uma educação indígena diferenciada que busque na educação com arte um caminho para a preservação das línguas originárias entre crianças e adolescentes.

Todas as ações do Instituto MPUMALANGA com a formação continuada Viva com Arte e com o projeto Vozes do Purus são realizadas em colaboração com as entidades e lideranças indígenas locais, visando o fortalecimento do protagonismo indígena, a conservação dos idiomas nativos, a inserção dos conteúdos das culturas desses povos no currículo e o apoio à educação bilíngue.

O Instituto Mpumalanga realiza os projetos Caravana das Artes , Vozes do Purus e a formação EAD Viva com Arte em parceria com a DISNEY, a ESPN e o UNICEF e com patrocínios das empresas EDP Renováveis, REDE e OTIS por meio da Lei de Incentivo à Cultura / Secretaria Especial da Cultura/Governo Federal.


Texto:. Angela Santos


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