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Foto do escritorInstituto Mpumalanga

A CANTORA LIA SOPHIA TRAZ OS RITMOS PARAENSES PARA A CASA BRASILEIRA

Uma noite de ritmos paraenses, com a cantora Lia Sophia, movimentará o Brasileira Gourmet em São Sebastião, nesta sexta-feira, 6 de setembro, a partir das 21h.

A artista paraense foi indicada ao 29* Prêmio da Música Brasileira como Melhor Cantora na categoria regional e tem cinco álbuns lançados: “Livre” (2005), “Castelo de Luz”(2009), “Amor Amor” (2010), o autointitulado “Lia Sophia”(2014) e o recém lançado “Não Me Provoca” (2017). As músicas “Ai Menina“ e “Incendeia” foram sucesso também em trilhas de novelas.


Com carimbó, marabaixo, merengue, lambada e a guitarrada, Lia Sophia trará para o espaço de gastronomia e cultura da Casa Brasileira a diversidade cultural da região norte do país. Cantora, compositora e instrumentista, Lia é representante do carimbó moderno e assina obra sofisticada e contemporânea que mistura ritmos da Amazônia a batidas internacionais como o zouk e o eletrônico. O resultado é uma música original, tropical e dançante.

Em entrevista ao site do Instituto Mpumalanga, Lia Sophia falou sobre seu trabalho musical e a importância de divulgar a cultura regional.


MPUMALANGA – Os ritmos da região norte do Brasil são hoje mais conhecidos em outras regiões do país?

Sim. Acho que alguns fatores contribuíram para isso. Dentre eles quero destacar dois: o fomento a difusão da música através de festivais que trouxeram para as plateias de São Paulo e Rio de Janeiro, vários artistas paraenses de diversos estilos musicais nos anos de 2010 e 2013, e a internet. A internet teve um papel fundamental para a visibilidade da música da periferia do Brasil e do mundo. Youtube, Soundcloud, 4Shared, My Space e tantas outras plataformas onde os artistas puderam expor o seu trabalho sem a mediação de ninguém, nenhuma gravadora ou agente. Eu mesma sou um exemplo disso. Em 2011 eu gravei um EP chamado Salto Mortal que continha 3 músicas, as quais eu disponibilizei no SoundCloud, qualquer pessoa poderia ouvir e baixar as músicas. Ela acabou indo parar em uma novela da Globo e foi um grande sucesso que me rendeu bastante visibilidade nacional.

MPUMALANGA -Você é uma das grandes expressões do carimbó na música hoje. Qual a importância de manter vivo esse gênero , que tem origem indígena e influências da cultura negra?

O carimbó traz em si a identidade do povo paraense. Conta a história de um povo múltiplo que se reconhece enquanto mestiço imerso em uma pluralidade cultural, mas que dentro de tal “caldeirão” se registra e se identifica, e se mostra através de uma invenção lúdica, única e inigualável : o carimbó. Eu sou uma representante do carimbó pop ou moderno, assim como o Pinduca. Ele é responsável por eletrificar o carimbó na década 1970. Somando as maracas e o curimbó (tambor percussivo), a guitarra, o contrabaixo e a bateria. Na forma tradicional, o carimbó é chamado de pau e corda, tocado apenas com o curimbó, as maracas e o banjo. Os grandes nomes do carimbó raiz são o Mestre Verequete, Mestre Lucindo e Mestre Cupijó.

“O carimbó traz em si a identidade do povo paraense. Conta a história de um povo múltiplo que se reconhece enquanto mestiço imerso em uma pluralidade cultural, mas que dentro de tal caldeirão”


MPUMALANGA- O que você vai trazer para esta apresentação na Casa Brasileira?

Eu vou apresentar um pouca da minha música e das minhas influências, como o carimbó, a lambada, o zouk e o marabaixo. Cantando músicas minhas como Ai Menina, Incendeia e Ela, vou mostrar como aprendi com os mestres e mestras a escrever e compor. Também vou fazer canções do carimbó tradicional do mestre Lucindo, Verequete e Cupijó.

MPUMALANGA- A Casa Brasileira está num casarão histórico do século XVIII, em São Sebastião, e traz a memória da colonização portuguesa. Qual sua expectativa de cantar, tocar e dançar num espaço de memória trazendo ritmos que fazem parte da formação da cultura brasileira ?

Eu estou muito feliz de poder levar um pouco da multiplicidade cultural da minha região para São Sebastião. E fazer esse intercâmbio em uma casa que traz em si a memória da nossa história miscigenada, é incrível.

MPUMALANGA- O espaço de gastronomia e cultura da Casa Brasileira, o Brasileira Gourmet, propõe pesquisas em culinária brasileira e trabalho na perspectiva da Comida como Cultura. Os ritmos do norte trazem uma ligação com a culinária da região?

A culinária do norte do Brasil é muito peculiar e rica. E sempre foi retratada nas músicas da região, em forma de elogios ou de forma explicativa ou de apresentação, como por exemplo na música de Pinduca, Garota do Tacacá:

“Rala, rala a mandioca Espreme no tipiti Separa na tapioca Apara o tucupi Prepara meu tacacá Gostoso como açaí”

E também na canção de Nilson Chaves, Sabor Açaí:

“Fruta santa fruta mártir Tens o dom de seres muito Onde muitos não têm nada Uns te chamam de açaizeiro Outros te chamam jussara Pões tapioca põe farinha d’água Põe açúcar não põe nada ou me bebe como um suco Que eu sou muito mais que um fruto Sou sabor marajoara”

O show Noite do Norte, no Brasileira Gourmet, terá Lia Sophia, voz e violão, Gileno Foinquinos, voz e guitarra, e Franciely Oliveira na percussão.


SHOW – LIA SOPHIA | NOITE DO NORTE Data: 06/setembro/2019 – sexta-feira Horário: 21h Local – Brasileira Gourmet / Casa Brasileira End.- Av. Dr. Altino Arantes, 68 | Centro|Rua da Praia| São Sebastião SP Informações: (11) 9 98388794 | Ingressos R$ 40,00, à venda na Casa Brasileira com renda revertida para os projetos educacionais do Instituto Mpumalanga

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