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Campeonato da Língua Indígena mostra engajamento e resultados no Purus


Comunidades se uniram para uma competição com objetivo nobre: preservar a cultura.

Comunidades se uniram para uma competição com objetivo nobre: preservar a cultura.


O Instituto Mpumalanga esteve representado no quarto Campeonato da Língua Paumari pela professora Kity Canário, que acompanhou desde a preparação até a execução da competição, cujo objetivo é preservar as tradições por meio da língua materna.

“O objetivo foi atingido e houve muita discussão sobre questões referentes a educação, em manter a língua viva. Ali estavam presentes todos os povos da língua que vivem naquela região”, contou a professora Kity por telefone. Agora ela segue em Lábrea, cidade mais próxima da região dos Purus, onde se prepara para participar da Conferência Indígena, que acontecerá na próxima semana em Manaus.

Nem todos os povos puderam participar em virtude das grandes distâncias e de alguns imprevistos com os deslocamentos, mas apesar das ausências, o Campeonato mostrou força e crescimento para deixar otimistas os povos indígenas da região do Médio Purus.

“A gente esteve um pouco desarticulado, mas a nossa intenção era dar certo. No primeiro dia não chegaram muitas pessoas, por causa da dificuldade das distâncias. Mas a competição deu tudo certo!”, contou Edson Paumari, um dos grandes articuladores da preservação da cultura indígena na região. Ele lidera um projeto chamado Sou Bilíngue, que insiste nos cuidados para com a língua materna na educação indígena.

Na primeira parte das apresentações, os indígenas mostraram suas músicas. Era apenas uma amostra, pois os pontos só começaram a ser registrados nos desafios seguintes. “Depois vem a parte da apresentação das equipes, onde é avaliada a história de cada um. Eles trazem uma lenda e usam o canto na descrição. Também se lê uma história na língua”, explica Kity.

Uma equipe de jurados observa a harmonia, a dança, as pinturas corporais, o vestuário e se tudo está de acordo com a história. Os resultados, sob intensa celebração, colocaram a comunidade Santa Rita como vencedora. A anfitriã do encontro, Morada Nova, ficou em segundo. Sisubu e Crispim ficaram em terceiro e quarto, respectivamente.

Mais importante que as colocações, no entanto, é o legado cultural. “A importância do campeonato é manter a língua viva, porque a língua da gente tem conhecimento e a história. A nova geração não quer mais dar valor, mas a língua é muito importante para o povo. Nossa língua é bonita e tem cultura!”, reiterou Edilson.


Campeonato reuniu quatro comunidades do Médio Purus.

Campeonato reuniu quatro comunidades do Médio Purus.


Depois de engajar a luta pela preservação da cultura, o professor indígena Edilson Paumari olha com orgulho para a ascensão do Campeonato da Língua no Médio Purus. “Está sendo muito visível a evolução. O primeiro campeonato nem os mais velhos queriam vir, aí a gente começou a trabalhar. Hoje tem criança cantando na língua paumari, e falando! A participação dos jovens nesse quarto ano foi muito visível, está muito visível a evolução”, afirmou orgulhoso.

O encontro também é útil para discussões pontuais do dia a dia nas comunidades, para trocar conhecimentos e para recolher de material didático.

O Instituto Mpumalanga participa como apoiador pelo segundo ano consecutivo e dá as mãos aos povos do Médio Purus em nome do respeito a cultura indígena e sua necessária preservação.

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