COMPOSTAGEM NO TERRITORIO INDÍGENA GUARANI, DE SÃO SEBASTIÃO
- dmeestudio
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São Sebastião-SP (07/07/2025) - O Instituto Mpumalanga, a convite da Casa da Agricultura de São Sebastião-SP, por meio da CATI-Coordenadoria de Assistência Técnica Integral da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, está dando apoio técnico na implantação da compostagem de resíduos orgânicos na Terra Indígena Rio Silveira, onde vive o povo guarani, na divisa entre São Sebastião e Bertioga, Litoral Norte de São Paulo. Com orientação da especialista e coordenadora de Meio Ambiente do Instituto Mpumalanga, Tatiana Araujo, uma primeira composteira para resíduos orgânicos de cozinha foi instalada no último dia 13/06/2025, no pátio da escola indígena. Com isso, algumas aldeias iniciaram a compostagem no último mês de junho visando a produção de adubo que será usado nos plantios de roça locais e no viveiro de mudas da escola.
A montagem da composteira foi feita no sistema de pallets, com auxílio de integrantes da comunidade e da Casa da Agricultura, responsável pelo projeto. Alunos e professores que ajudaram na montagem tiveram uma oficina prática, conhecendo as etapas da montagem, manuseio, pesagem, colocação dos resíduos e de poda triturada, como se dá o processo de transformação dos resíduos orgânicos e a importância de contribuir com a conservação do meio ambiente.
“Os resíduos orgânicos são uma riqueza que não pode ser desperdiçada. A utilização de composteiras de forma correta não só contribui com o meio ambiente como, também, resulta em um composto natural que vai nutrir o solo e colaborar com a produção de alimento saudável”, explicou a especialista Tatiana Araújo durante a oficina de instalação da estrutura.
“Entendo a compostagem como uma tecnologia social baseada no processo de decomposição da matéria orgânica que ocorre nos solos das florestas tropicais e na relação dos povos originários com essas florestas e com todos os seres que nela vivem”, afirma o engenheiro florestal Silas Barsotti Barrozo, da Casa da Agricultura de São Sebastião-SP, idealizador do projeto. Segundo Silas, “existem muitas evidências de que esses povos sempre compostaram seus resíduos orgânicos de diferentes formas, dentro dos processos ecológicos da ciclagem dos minerais e da matéria orgânica, que acontecem na natureza”.
Com apoio da Prefeitura de São Sebastião, que fará doação constante de poda triturada para manutenção da composteira, o modelo da estrutura instalada na Escola indígena é de baixo custo, utiliza 6 pallets de madeira e é de fácil montagem, manuseio e manutenção, o que possibilita a sua replicação ou adaptação aos quintais das aldeias Guarani, permitindo um aumento da produção de composto orgânico de ótima qualidade para uso nos sistemas agroalimentares tradicionais. As diversas etapas para a extração do composto no pátio da escola indígena serão acompanhadas pelo Instituto Mpumalanga sendo que a previsão é de coleta do biofertilizante e do primeiro lote de composto em 3 meses.

Na terra indígena Rio Silveira são feitos plantios de roça para uso da comunidade e a utilização de adubo orgânico vai fomentar a produção de alimentos com adubação de qualidade, sem custos para os indígenas, fortalecendo o solo sem a necessidade de fertilizantes industrializados. Ao mesmo tempo, a compostagem dos resíduos de cozinha desviará parte significativa de rejeitos que, até então, seguiam para o aterro sanitário. A previsão inicial é separar inicialmente uma bombona de resíduos da cozinha da escola indígena e depositar na composteira diariamente. Algo em torno de 15 kg/dia de cascas, folhas e restos de alimentos impróprios para alimentação.
Uma segunda composteira deverá ser instalada em breve, no mesmo território, no espaço do projeto Escola Viva. A Terra Indígena Rio Silveira tem 5 aldeias em 948 hectares homologados e está em fase de ampliação há anos, tendo sido declarada a portaria para 8.468 hectares, devendo, então, fazer limite com três municípios: Bertioga, São Sebastião e Salesópolis.
A importância da composteira está em dar escala à produção de um composto de qualidade e fomentar a economia circular. Durante a oficina de implantação da estrutura no pátio da escola da comunidade, o Mpumalanga doou composto orgânico produzido no Núcleo de Compostagem do Instituto, situado em Maresias, a partir dos resíduos de cozinha do restaurante Brasileira Gourmet, o primeiro restaurante lixo zero de São Sebastião-SP.
O composto orgânico produzido no Núcleo de Compostagem e Educação Ambiental do Instituto é doado a produtores rurais da região e o Instituto Mpumalanga investe em ações para promover a compostagem com a gestão dos resíduos.

O Instituto MPUMALANGA é uma organização da sociedade civil que atua desde 2007 nas áreas de direitos humanos; educação; literatura; arte; cultura; gastronomia; comunicação e meio ambiente por meio de cursos, pesquisas, atendimento direto de crianças, jovens e adultos e formação de professores de redes públicas com a metodologia Viva com Arte, com o projeto Cozinha Itinerante de capacitação de merendeiras escolares, com a FLISS-Festa Literária Internacional de São Sebastião, em ações presenciais, itinerantes e online e com atividades culturais e de fomento à leitura a partir do ponto de cultura Casa Brasileira, no centro de São Sebastião-SP.
Em projetos de formação de merendeiras de redes públicas em habilidades de cozinha da gastronomia profissional com gerenciamento de resíduos, o Instituto Mpumalanga já implantou composteiras em sistema de pallets ou de caixa d’água em escolas públicas de Una-BA, Vitória de Santo Antão-PE, Lábrea-AM, Pocinhos-PB, Indiaroba-SE, Santa Luzia do Itanhy-SE, Rosário do Catete-SE e Aracaju-SE.
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